quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Neurociência, aprendizagem e desenvolvimento infantil Parte I: 2 a 6 meses

Para pais, professores, educadores e interessados...

O ser humano aprende somente aquilo que lhe parece útil, prazeroso e que faça algum sentido para ele.
Como o professor pode ensinar os bebês e crianças pequenas a partir dessa informação?
Segue aqui uma série de informações fundamentais e organizadas para que os todos tenha sempre à mão os pontos mais significativos do desenvolvimento nervoso e dicas para observar, pensar e repensar a prática pessoal e profissional.

O conhecimento do funcionamento e das estruturas do sistema nervoso avança a cada dia. A área responsável por este estudo é a Neurociência. Aliar suas descobertas à nossa experiência em  PsicoPedagogia, Psicologia e Pedagogia e à valorização da história e da cultura de cada criança, enriquece a atuação e favorece o planejamento de uma ambiente efetivamente educador.

Com quais culturas estamos lidando?
Qual a história de cada pequeno?
Como funciona o sistema responsável pelas aprendizagens que cada criança fará do mundo?
O que saber, observar e quais as estratégias para trabalhar com o incrível desenvolvimento do cérebro humano?


As publicações apontarão as mais significativas peculiaridades de cada fase do desenvolvimento nervoso, sensorial, motor, da linguagem, da cognição, aprendizagem e da subjetivação (relação e subjetividade):


Quadro Facilitador Neurociencia desenvolvimento infantil
Quadro Facilitador para Bebês de 2 a 6 meses.

Captura de Tela 2016-04-30 às 09.53.40
Captura de Tela 2016-04-30 às 09.57.01
Quadro Facilitador Tato e Movimento 1
Quadro Facilitador Tato e Movimento 2
Quadro Facilitador Tato e Movimento 3
Quadro Facilitador Linguagem e Aprendizagem 1
Quadro Facilitador Linguagem e Aprendizagem 2
http://www.tempodecreche.com.br/espaco-de-coordenar/neurociencia-aprendizagem-e-desenvolvimento-infantil/

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

O Mundo Pré-operatório de Laurinha


Uma das grandes dificuldades na pós foi encontrar uma produção de Vera Regina Passos Bosse: "O MUNDO PRÉ-OPERATÓRIO DE LAURINHA: CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ESTÁGIO DE PENSAMENTO PRÉ-OPERATÓRIO".



Minha Laurinha é ruiva, fiz o exercício de imaginá-la:
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* Imagens retiradas da internet, meramente ilustrativa, pois a autora cita apenas a idade de Laurinha.


sábado, 1 de abril de 2017

Mãe e filha: um relacionamento muito longe da perfeição.

Filhas de mães sem amor: 7 Feridas comuns
Durante os anos em que pesquisei e escrevi Mean mothers, eu falei com outras mulheres sobre as nossas experiências em comum. A história de cada mulher é diferente; talvez o que há de comum é a descoberta de que não estamos sozinhas, que não somos as únicas meninas ou mulheres que tiveram mães incapazes de nos amar. Os tabus sobre “desrespeitar” os pais e os mitos da maternidade, que retratam todas as mães como amorosas, só servem para isolar as filhas não amadas. Essa descoberta aumenta a mágoa e as feridas, mas não se resume a isso.

O seguinte catálogo do que pode acontecer com uma filha que cresce sem o amor e o apoio de uma mãe não é uma pesquisa científica; não deve ser generalizado para todos os casos. Novamente, eu não escrevi como psicóloga ou terapeuta, mas como uma companheira de viagem.
Na infância, a criança pega o primeiro vislumbre de si mesma no espelho que é o rosto da mãe. Se a sua mãe for amorosa, o bebê se sentirá seguro e protegido; ele aprende tanto que é amado quanto é amável. Essa sensação de ser amável, digno de afeto e atenção, de ser visto e ouvido, torna-se o alicerce sobre o qual ele construirá as suas mais profundas certezas-de-si, e fornecerá a energia para o seu crescimento.


A filha de uma mãe fria – emocionalmente distante, que não interage com o bebê, ou até mesmo crítica ou cruel – aprende lições diferentes sobre o mundo e sobre si mesma. O principal problema, é claro, é o quão dependente uma criança humana é da mãe para sua nutrição e sobrevivência. O resultado disso é um apego inseguro, caracterizado como “ambivalente” (a criança não sabe se quem vai aparecer é a mamãe boa ou a má) ou “esquiva” (a criança quer o amor de sua mãe, mas tem medo das consequências dessa busca). O apego ambivalente ensina à criança que o mundo dos relacionamentos não é confiável; o apego evitativo configura um terrível conflito entre as necessidades da criança, tanto pelo amor de sua mãe quanto pela proteção contra os abusos físicos ou emocionais dela.
O ponto chave é que a necessidade da criança pelo amor de sua mãe é uma força motriz primordial, e essa necessidade não diminui com a indisponibilidade – coexiste com o terrível e prejudicial entendimento de que a única pessoa que supostamente te amaria sem condições, não o ama. A luta para lidar com isso é poderosa. Ela afeta muitas, se não todas as partes do self – especialmente na área dos relacionamentos.
O trabalho de Cindy Hazan e Philip Shaver (entre outros) mostrou que as experiências da primeira infância foram altamente preditivas sobre os relacionamentos românticos e as amizades feitas na vida adulta. Não vai surpreendê-lo afirmar que as feridas mais comuns são aquelas relacionadas ao self e à área de conexão emocional.
Não devemos olhar para estas feridas para se lamentar ou jogar toda a responsabilidade por quem somos nas costas de nossas mães, mas para nos tornarmos conscientes delas. A consciência é o primeiro passo para a cura de uma criança não-amada. Muitas vezes, nós simplesmente aceitamos esses comportamentos em nós mesmos sem saber o seu ponto de origem.
1. Falta de consistência

A filha não-amada não sabe que é amável ou digna de atenção; ela pode ter crescido se sentindo ignorada ou criticada. A voz da sua mãe continua ecoando na sua cabeça, dizendo que ela não é inteligente, bonita, gentil, amorosa, digna… etc,. Aquela voz materna internalizada continuará a minar suas realizações e talentos, a menos que haja algum tipo de intervenção. Filhas, por vezes, falam sobre o sentimento de que estão “enganando as pessoas” e expressam o medo de serem “descobertas” quando alcançarem o sucesso no mundo.

2. Falta de confiança

“Eu sempre me pergunto”, uma mulher um dia me confessou, “por que alguém iria querer ser meu amigo. Eu não posso evitar de pensar que há algum tipo de interesse oculto”. Estes problemas de confiança emanam do senso de que os relacionamentos são fundamentalmente não-confiáveis, e fluem tanto nas amizades quanto nos relacionamentos amorosos. Como Hazan e Shaver relatam em seus trabalhos, a filha ambivalente necessita de validação constante que a confiança se justifica. Em suas palavras, essas pessoas “experimentam o amor como algo que envolve obsessão, um desejo de reciprocidade e de união, altos e baixos emocionais, atração sexual extrema e ciúme”. A confiança e a incapacidade de estabelecer limites estão intimamente ligados.
3. Dificuldade para impor limites

Muitas filhas, presas entre a necessidade de atenção da mãe e a sua ausência, relatam não conseguir impor limites em seus relacionamentos adultos. Uma boa parte das filhas não-amadas relatam problemas em manter estreitas amizades femininas, que são complicadas devido a questões de confiança (“Como vou saber se ela é realmente minha amiga?”). Não são capazes de dizer “não” (“De alguma forma, sempre acabo sendo um capacho, fazendo muito, e geralmente me acabo me desapontando no final”), ou querem ter um relacionamento tão intenso que a outra pessoa se afasta.
4. Dificuldade para ver o self com precisão

Certa vez uma mulher compartilhou o que aprendeu na terapia: “Quando eu era criança, minha mãe sempre se focava em denunciar os meus defeitos e ignorava minhas realizações. Depois da faculdade, eu tive vários empregos, mas, em cada um deles, meus chefes se queixaram de que eu não estava me esforçando o suficiente para crescer. Foi só então que eu percebi que eu estava me limitando, adotando a visão que a minha mãe tinha sobre mim no mundo. “Grande parte disso tem a ver com tudo o que você ouviu quando criança e internalizou. Essas distorções na forma como vemos a nós mesmos podem se estender para todos os domínios, incluindo a nossa aparência. (Quando eu vasculhei minhas fotos do tempo de adolescência, olhei para aquela menina como a minha mãe, chamando-a de “gorda”. Ela também me chamava de “mal amada”). Outras filhas relataram sentirem-se surpresas quando obtiveram sucesso em alguma coisa, assim como são hesitantes para tentar algo novo, de modo a reduzir a possibilidade de falha. Isto não é apenas uma questão de baixa autoestima, mas algo bem mais profundo.       

5. Atitudes escapistas

A falta de confiança ou o medo, por vezes, coloca a filha não-amada em uma posição defensiva, de modo que ela evita se machucar por um mau relacionamento, em vez de se motivar a encontrar um amor estável. Essas mulheres, na superfície, podem agir como se quisessem estar em um relacionamento, mas em um nível mais profundo, menos consciente, o escapismo é o seu motivador. O trabalho de Hazan, Shaver e Bartolomeu confirma isso. Infelizmente, a evitação impede que a filha não-amada encontre o tipo de relação amorosa que ela procura.
6. Ser excessivamente sensível

Uma filha não-amada pode se tornar muito sensível aos insultos, reais ou imaginários. Um comentário aleatório pode carregar o peso de alguma experiência da infância sem ela mesmo estar ciente disso. “Eu tive que me concentrar nas minhas reações”, disse uma mulher, agora na casa dos quarenta anos. “Às vezes, eu confundo o que é dito, como brincadeiras ou outra coisa, e acabo me preocupando até me abalar e perceber que a pessoa realmente não quis dizer nada do que havia imaginado”. Elas tendem a pensar demais e ruminar muito as situações ruins.
7. Replicar o vínculo com a mãe nos relacionamentos

Infelizmente, tendemos a ser atraídos pelo que já sabemos – aquelas situações em que, apesar de representarem momentos de infelicidade, não deixam de ser “confortáveis”, por nos serem familiares. Isto, às vezes, tem o efeito de replicar, de maneira não-intencional, a relação maternal. “Eu me casei com a minha mãe, com certeza”, diz uma mulher: “Ele aparentava ser completamente diferente da minha mãe, mas, no final, acabou me tratando da mesma maneira. Como a minha mãe, ele alternava entre a indiferença e a atenção, às vezes fazia críticas horríveis, depois demonstrava alguma forma vaga de apoio”. Ela acabou se divorciando do seu marido e de sua mãe.

Fonte: PsychologyToday traduzido e adaptado por Psiconlinews Disponível em: http://www.psiconlinews.com/2016/01/filhas-de-maes-sem-amor-7-feridas-comuns.html





quinta-feira, 23 de março de 2017

Criança "Problema" de quem?


A criança ”problema” é o reflexo de um ”problema” familiar




A criança e a dinâmica familiar. Qual a relação? Há realmente uma relação? Não é de hoje que percebo a relação direta entre esses dois fatores, mas foi relativamente há pouco tempo que comecei a me interessar em escrever sobre o assunto.

Trabalho com crianças há alguns bons anos e em cada momento da vida parti de uma percepção profissional diferente. Seja através do olhar da Educação ou da Psicologia, algo nunca se modificou, e a comprovação em pesquisas e teorias já existe há tempos: a importância da família!

A família é a base, é o alicerce, é onde aprende-se regras básicas de higiene, convívio, educação, respeito e amor. Na escola as crianças aperfeiçoam esses e outros pontos importantes da vida diária, mas o foco é a aprendizagem e a aquisição de conhecimentos e conteúdos escolares.

Infelizmente, com o mundo e a rotina cada vez mais corridos, a criança acaba entrando muito nova na escola. Muitas aos 6 meses já estão na creche, e essa se encarrega de educá-la juntamente com a família.

Comecei falando de educação porque ela é o que permeia a maior parte da vida da criança, mas o foco não é esse. O foco é a dinâmica familiar! Quero que deixem suas mentes abertas, a fim de compreender de forma abrangente o tema proposto. Aqui não é um espaço de críticas, mas de reflexão.

Para tal, preciso citar a típica situação da “criança-problema”. Quem nunca presenciou uma criança fazendo birra, malcriação, e até mesmo sendo agressiva com alguém? E quando esse comportamento é com os pais? Temos a tendência imediata de julgar a criança como mal educada, ou os pais como negligentes.





  
Primeiro devemos excluir qualquer pré-conceito que tenhamos sobre o outro e sobre nós mesmos, para analisar as situações de forma neutra. Depois, claro, descartar transtornos psicológicos que influenciem diretamente no comportamento da criança,  e então partirmos para a dinâmica familiar.

Ao longo dos anos as famílias mudaram bastante, não só em sua constituição, mas também nos papéis de cada membro e na dinâmica da relação entre eles. E é essa dinâmica que diz respeito à educação que a família dá e em como pais e filhos se relacionam. Ela é importante para que se estabeleça um ambiente familiar saudável e equilibrado. Sem esquecer que a qualidade é mais importante que a quantidade, e carinho vale mais que brinquedo.

Vamos pensar numa criança que não respeita regras e não obedece os adultos. Não precisamos ir muito longe para encontrarmos uma criança assim. E também não precisamos usar exemplos muito “enfeitados” para chegar ao entendimento necessário. A criança em questão é criticada e julgada pela escola, por vizinhos e amigos da família. Quando chega a um consultório de psicologia, só se fala no comportamento ruim dela. E qual a nossa tarefa inicial enquanto psicólogos? Ouvir essa família.

Na escuta percebemos o que já imaginávamos: não é um caso isolado, e a criança não é “o problema”. A criança é o reflexo da família, um sintoma da dinâmica familiar. Se algo não vai bem, ela com certeza será a mais atingida, a que mais manifestará sintomas de que há algo errado. Sendo assim, não existe apenas um “culpado”, mas sim todo um conjunto de fatores que resultam nesse comportamento.

É interessante ver que a família muitas vezes não aceita que tudo é uma questão de fazer mudanças, alterações na rotina. Geralmente querem um diagnóstico, porque assim acreditam ser mais fácil e não precisam lidar com o fracasso… Ledo engano! O diagnóstico infelizmente nem sempre é feito da maneira mais correta e responsável. E através dele vem toda a carga de rótulos que essa criança terá que carregar para toda a vida, fora as medicações exageradamente receitadas.

Não sou contra medicação, nem diagnóstico. Mas acredito que não sejam necessariamente a solução. Percebo em minha prática que alguns diagnósticos inclusive acomodam familiares de forma a “abandonar” a criança, pois ela é “isso ou aquilo”. Mesmo dentro de um diagnóstico, as crianças podem e devem ter suas capacidades exploradas e valorizadas pela família.

Então uma criança, seja típica ou com algum transtorno, precisa de regras. Os combinados usados em sala de aula são super indicados para a família. Eles funcionam muito bem, e podem ser montados de acordo com a rotina de cada um, desde tarefas até comportamentos combinados (daí o nome) entre os membros da família. Vale lembrar que essas regras devem ser claras e únicas. Afinal, se cada familiar lida com elas da maneira que bem entende, a criança tenderá a não respeitá-las mais e/ou até mesmo usá-las a seu favor.

Se não está funcionando, precisa de ajustes. E não adianta pensar que somente levar a criança ao psicólogo vai adiantar. Pode melhorar muito, é claro, mas não vai resolver 100%. Não é milagre. E esse é o maior indício de que a criança não é exatamente o problema… É preciso empenho de toda a família. Principalmente quando nesta há indivíduos que também precisam de psicoterapia e não o fazem.

Por isso famílias, tentem um olhar mais sereno, justo e acolhedor para com as suas crianças. Tirem delas a culpa e o peso de existirem e não atenderem às suas expectativas. Esse é o primeiro passo para o caminho saudável que vocês tanto desejam.

Corujices da Psi
By Samira Oliveira
Origem: http://www.psiconlinews.com/2017/03/a-crianca-problema-e-o-reflexo-de-um-problema-familiar.html



quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Leituras sugeridas


Sugiro aqui todos, absolutamente, tod@s os livros da Isabel Parolin.


Outro autor que indico por inteiro é o Egídio José Romanelli.

De Jorge Visca, destaco três obras: "O diagnóstico operatório na prática psicopedagógica partes I e II" e "Técnicas projetivas psicopedagógicas e pautas gráficas para sua interpretação."

"Psicopedagogia Modular - Uma modalidade de avaliação interventiva" com escritos em especial de Elizabeth Carvalho da Veiga.

Chamo a atenção para "Enriqueça o cérebro - Como maximizar o potencial de aprendizagem de todos os alunos" de Eric Jensen.

Outra obra que vale o tempo e o investimento é "Os atrasados não existem" de Anny Cordié.